Foi aquele mesmo vôo. Mesmo horário, mesma companhia, mesma aeronave. E só de olhar a cara de desalento dos familiares, já dá um aperto absurdo no peito ao pensar que, fosse um ano anterior, poderia ter sido você.
Desaparecer assim do nada. De radares, da vida. De uma maneira tão abrupta que mal dá pra começar a organizar pensamentos, quanto menos extravasar sofrimento.
Pais chorando por filhos, maridos por esposas, e eu? Se me perguntassem por quem é que eu estou neste estado lastimável, o que eu diria?
Sim, porque só de hipoteticamente imaginar por alguns segundos como eu estaria, já é algo muito além do deplorável. Mas diria o quê?
Não é ex-namorado, não é só um alguém querido, uma pessoa especial não diz tudo.
É o responsável por uma enorme revolução, de sentimentos, conceitos e vivências, nos últimos dois anos da minha vida. É por causa dele que, se eu morresse hoje e me indagassem o que eu sei sobre gostar e dividir com alguém, eu responderia que talvez não muito, mas o suficiente pra achar que minha estadia por aqui, embora breve, já valeu e muito a pena.
Foi lindo, babe. E eu só posso ser grata. E achar que esses nossos silêncios e joguinhos de ultimamente são algo tão estúpido e sem propósito, que não combinam nenhum pouco com a gente.
Conheceste outro alguém? Eu também. Vais ficar aí por tempo indeterminado? Também não sei se algum dia saio mesmo daqui. Tem horas em que lembrar acaba sendo mais ruim do que bom? Tenho certeza que vai chegar agora o dia doze e eu vou chorar como há muito não chorava.
Mas veja, foda-se. Não justifica. Porque você não desapareceu no Atlântico.
Porque a gente se conheceu, viveu uma história surreal, serelepeou pelo Sena, e você não sumiu do radar. Muito menos de todas as recordações tão bonitas que eu guardo aqui dentro.
É o meu menino franco-nordestino. Que vai ter um futuro europeu, uma família européia, um sotaque ridículo, e vai continuar dividindo como vê o mundo aqui comigo.
Seus pequenos esnobes de olhos verdes vão perguntar como é que conheceste a tia Mariana, e os meus respondões sarcásticos vão ouvir as estórias do amigo mais do que querido além-mar da mamãe.
Sempre teremos Paris, babe. Sempre teremos carinho. Sempre teremos notícias, ouviste?
As raízes estarão sempre aqui, elas só mudaram o ponto central de suporte.
Amo-te.
Trégua?!
Desaparecer assim do nada. De radares, da vida. De uma maneira tão abrupta que mal dá pra começar a organizar pensamentos, quanto menos extravasar sofrimento.
Pais chorando por filhos, maridos por esposas, e eu? Se me perguntassem por quem é que eu estou neste estado lastimável, o que eu diria?
Sim, porque só de hipoteticamente imaginar por alguns segundos como eu estaria, já é algo muito além do deplorável. Mas diria o quê?
Não é ex-namorado, não é só um alguém querido, uma pessoa especial não diz tudo.
É o responsável por uma enorme revolução, de sentimentos, conceitos e vivências, nos últimos dois anos da minha vida. É por causa dele que, se eu morresse hoje e me indagassem o que eu sei sobre gostar e dividir com alguém, eu responderia que talvez não muito, mas o suficiente pra achar que minha estadia por aqui, embora breve, já valeu e muito a pena.
Foi lindo, babe. E eu só posso ser grata. E achar que esses nossos silêncios e joguinhos de ultimamente são algo tão estúpido e sem propósito, que não combinam nenhum pouco com a gente.
Conheceste outro alguém? Eu também. Vais ficar aí por tempo indeterminado? Também não sei se algum dia saio mesmo daqui. Tem horas em que lembrar acaba sendo mais ruim do que bom? Tenho certeza que vai chegar agora o dia doze e eu vou chorar como há muito não chorava.
Mas veja, foda-se. Não justifica. Porque você não desapareceu no Atlântico.
Porque a gente se conheceu, viveu uma história surreal, serelepeou pelo Sena, e você não sumiu do radar. Muito menos de todas as recordações tão bonitas que eu guardo aqui dentro.
É o meu menino franco-nordestino. Que vai ter um futuro europeu, uma família européia, um sotaque ridículo, e vai continuar dividindo como vê o mundo aqui comigo.
Seus pequenos esnobes de olhos verdes vão perguntar como é que conheceste a tia Mariana, e os meus respondões sarcásticos vão ouvir as estórias do amigo mais do que querido além-mar da mamãe.
Sempre teremos Paris, babe. Sempre teremos carinho. Sempre teremos notícias, ouviste?
As raízes estarão sempre aqui, elas só mudaram o ponto central de suporte.
Amo-te.
Trégua?!
"Os outros eu conheci por ocioso acaso.
A ti vim encontrar porque era preciso."
A ti vim encontrar porque era preciso."