domingo, maio 31, 2009

How to disappear completely ...

Um mundo repleto de lua, samba, cerveja e fumaça. Onde conhecidos ou nunca antes vistos conversam animadamente e filosoficamente sobre qualquer assunto que surja. Meninas dão beijos cinematográficos e meninos ficam de mãos dadas sem o menor pudor. Estilos todos se misturam sem qualquer tipo de preconceito. Fotografia, jornalismo, moda, sociologia e música ali na mesma roda.

E eles me contam de exposições, teatro, filmes. Falam de viagens, cultura, de seus novos projetos. Me indicam livros e canções. E depois de tudo, ainda me deixam na porta de casa.
O sol já nascendo mais uma vez, meu dia prestes a começar daqui a algumas míseras horas, e o cansaço gigante não consegue ser maior do que o sorriso.

Que bom que eles existem, meu deus. Que bom que não dão a mínima pra estereótipos. E me recebem sempre com uma cadeira cativa, um isqueiro funcionante, e um copo trincando.
Se soubessem o quanto me faz bem frequentar esse mundo. O quanto me faz bem saber que tenho meu cantinho de fuga. Porque enquanto lá, eu desabafo, me reivento, me renovo, e esqueço.

Do sangue, do choro, das notícias de incurabilidade. Das pessoas falecendo, a centímetros de distância, bem ali na minha frente. Dos ideais retrógrados e corporativistas. Do tsunami de sentimentos confusos e proibidos dos últimos tempos.

Pensar en cosas, hace que las cosas vengan.
E tudo o que eu quero nesses momentos de folga é umas horinhas longe delas todas. É ficar quieta e imune no meu espaço; no meu mundo de lua, samba, cerveja e fumaça.
E sair de lá com aquela sensação de que amanhã de manhã, quando a gente acordar e vestir novamente o avental branco, a felicidade vai desabar sobre os homens. Vai, desabar sobre os homens. Vai, desabar sobre os homens.