sábado, abril 25, 2009

Retórica ...

Don't get any big ideas, they're not gonna happen.
Você já passou por isso antes. Repetidamente.
Espera demais. Idealiza demais. Sempre quer mais. Nunca vai ser o suficiente, percebe?
E uma hora esgota. Foi assim das outras vezes. Ter que lidar novamente com tudo o que fica. Sempre muito. Contigo é sempre muito. Ou nada.

Que tal mais uma chance ao caminho do meio? Aquele seguro, tranqüilo, equilibrado.
Ouvir mais a vozinha da auto-preservação e precaução.
Ir sondando assim aos poucos, silenciosamente. Com os olhos pelo vão da porta. Observando, escutando, tendo certeza. Para daí sim entrar.

Está tudo tão calmo. Sente a brisa. Suave, vê?
Tudo em seu lugar. Naquele espacinho reservado nas estantes. Alfabeticamente ordenado.
Indubitavelmente bons tempos os de agora. Por que não simplesmente senta e aproveita a vista? Por que assoprar o pó se sabe que é alérgica?

Não, não me interessa se quando vem é mais forte do que tudo. Se te faz esquecer todo o racional e sensato e correto.
Você não é apenas reflexos do que te toca. Já está mais do que na hora de começar a escolher o que reprimir e o que permitir.
Esperam isso de ti. Esperas isso de ti. Fala, pensa, escreve. No momento de praticar, cadê?

Invariavelmente vai haver sofrimento no percurso. Cortes antigos. Teus. De outrem. Uns mais que outros. Sabes disso. Talvez melhor do que a maioria.
Nem comece com a história das palpitações que impulsionam. Da vontade de conversas intermináveis sobre o nada. De mostrar e dividir cada pequena coisa que vê.

Pode parar com a bobagem dos sorrisos. Muitos sorrisos. Não quero saber se são tolos. Solitários. Só de imaginar possibilidades. Sem a menor obrigação de acontecer.
Não faz diferença se fazem com que não se lembre mais do que já deu errado, do que vai dar errado, da provável unilateralidade de tudo. De como estava guardado e num instante renasce.

Volta aqui. Nem pense em chegar escancarando a porta. Pulando a catraca e sentando. Sem sequer perguntar o preço da passagem.

Idéias grandes demais, menina. Grandes demais. Não vão acontecer.

Vem. Deita aqui. Sossega.

Grandes demais. Shhh. Vai passar. Shhh. Passarinho. Shhh ...

"Viver é um rasgar-se e remendar-se."