segunda-feira, setembro 01, 2008

Is all you need ...

Esteve comigo em alguns dos melhores e piores momentos deste biênio. Presenciou o que talvez tenham sido meus maiores sorrisos, meus abraços mais apertados, meus beijos mais intensos.

E lá estava mais uma vez, cúmplice silencioso do olhar perdido na janela, do aceno tímido e carinhoso quando da decolagem querida, das lágrimas pretas que teimam em escancarar através dos borrões o quanto de mim mesma acaba extravasando - porque fica grande demais pra continuar aqui dentro.
Deve ter sorrido com o déjà vu e pensado – olha lá ela de novo.

Será que ele sabe que a habitué de agora é a mesma garotinha que antes carregava a mochilinha pelos mesmos corredores e já olhava encantada pras pessoas, e lojas, e lugares? E achava que queria ser aeromoça, porque a sensação que ela sentia naquele lugar, com ele, era sempre muito especial. Como se já pressentisse que talvez estivesse destinada a passar por tanta coisa bonita por ali. E a caminho dali.

Será que quando ele me vê ele enxerga tudo?
Não só os olhos brilhando e o coração palpitando da chegada, a Pizza Hut da espera, o chiclete e as revistas do embarque. Mas as promessas e confissões impulsivas, os “te amo” e ”se cuida” mais sentidos e verdadeiros que já disse na vida, a sensação de “to be continued”.

Porque, cá entre nós, eu já me sinto completamente íntima. Nada de formalidades e não-me-toques. Nada de nomes completos ou oficiais. É logo ali, é Cumbica, é de novo. É parte da minha história e do que me é mais caro.
Por todo. Pelos meninos de minha vida seguindo seus caminhos europeus, pela minha Babylon, pelas promessas e confissões impulsivas, pelos “te amo" e “se cuida” ... pelas lágrimas e pedacinhos de mim que ficam por lá a cada despedida, mas principalmente, por tudo o que eu ganho – e que me ganha – a cada revisita ao tão companheiro terminal de desembarque.