domingo, agosto 03, 2008

Not that innocent ...

Não mesmo. Também não chego nem perto da Melissa Panarello. Digamos que se houvesse uma reta com Sandy numa ponta e Melissa na outra, acredito que eu estaria em algum lugar lá pelo terceiro quarto. Apesar do choro fácil, da cara de pirralha, e das paixõezinhas sofridas idealizadas.

A questão é que a gente costuma saber o tipo de efeito que causa nas pessoas. E o que elas causam na gente.
E cansa ser predominantemente racional o tempo inteiro. Cansa ser sempre tudo muito sério, planejado, e politicamente correto.
Aquela coisa tão significativa e profunda que acontece ciclicamente comigo - e que no fundo, vai ser sempre o que eu realmente busco e o que me preenche - é sim muito bonita e recompensadora, mas em certas ocasiões, acaba sendo um tanto quanto desgastante e pesada.

O um e cinqüenta e seis e meio não agüenta a louca febre contínua. Precisa de um tempo de intermitência, de repouso pós-sutura pra cicatrizar direitinho os últimos cortes. Pra recuperar o fôlego e o condicionamento, e daí começar tudo de novo.
E esses intervalos precisam ser leves. Leves, divertidos e “descompromissados”. Nada mais. Porque acabam não passando também de mais uma forma de analgesia.

E é só começar a reparar com um pouco mais de atenção que você percebe que tem mais gente nessa ciranda do que você supunha. É uma quadrilha que baila e passeia para além de junho, a trilha funciona o ano inteiro.
Eis que quando a situação é honesta, eu não vejo malefício, nem entendo o porquê de olhares e silêncios repreendedores.

Não que eu seja super familiarizada com a dinâmica. Confesso que me pego constantemente com aquele friozinho na barriga.
De não saber exatamente pra onde está indo, de não saber direito como agir, e de me surpreender com todas as coisas das quais aparentemente eu sou capaz e sequer desconfiava.
Mas sei que as risadas longas, os rubores compartilhados, e a sensação de bem-estar justificam-se por si sós. Também sei que o efêmero, o secreto, e o lúdico de nenhuma forma mancham a beleza dos momentos.

Daí que é tempo de reequilibrar, recarregar baterias, e brincar.
De cumprimento aos cavalheiros, fazer que vai-mas-não-vai, passar pelo túnel e pela ponte quebrada, fugir da chuva.
De revival leve e divertido, de flerte tímido, de ganar torneo de vocablos, de incitar imaginações pré-existentes.

Daí que nessas brincadeiras de gente grande não necessariamente alguém tem que sair perdendo. Porque por mais que às vezes a gente acabe indo um pouco mais longe do que inicialmente esperava, acredito que respeito e sinceridade sejam suficientes pra resolver e encarar sem maiores danos a grande maioria dos “percalços” pelo caminho.

Então que não há a menor necessidade de lição de moral, preocupação demasiada, ou encanações infundadas.
Tô bem. Tá tudo bão, sô. Não é nem inocência nem maldade. Não muda nada de significativo sobre quem eu sou e sobre as diversas relações existentes.

A roda viva ciranda da vida nunca pára. O que normalmente me desperta tontura e toda uma dificuldade de assimilação. Mas nas circunstâncias atuais, anda é ajudando muitíssimo. Só me resta então continuar a girar, bailar e agradecer, babes.


"Carlos, sossegue, o amor
É isso que você está vendo
Hoje beija, amanhã não beija
Depois de amanhã é domingo
E segunda-feira
Ninguém sabe o que será."