quarta-feira, agosto 22, 2007

Vou levar a vida inteira pra entender que mesmo só eu faço parte de você ...

É aquela história do fazer bem e mal ao mesmo tempo, numa razão inversamente proporcional.
E como com ele tudo é sempre muito e especial, vai do leve que eleva às nuvens, ao desconforto que corta fundo e dói daquele jeito de fazer faltar o ar.
E bagunça toda essa minha mania de querer entender as coisas e de querer ter algum tipo de controle sobre as mesmas.

Porque eu já cansei de tentar entender como é que alguém consegue mexer tanto comigo e me desequilibrar tão facilmente. Seja na distância ou no silêncio, sempre que já nem me lembro, lembras pra mim.
Uma simples aparição, uma simples sugestão de presença ou de lembrança e pronto, lá se vai por água abaixo todo o esforço de semanas pra fazer caber no peito os hectares de sentimento.
É fato que essa enxurrada transborda pra além de mim uma alegria e uma vontade tão grande de tudo que se reflete em taquicardia, sorrisos bobos, numa facilidade pra enxergar a beleza e pra lidar com os afazeres do dia-a-dia que ainda me impressiona como quando agosto passado.

Mas aí ele tranqüilamente volta pra costa mais uma vez, e eu fico aqui no avesso do avesso, silenciosamente juntando caquinhos.
E prometendo pra mim mesma não me deixar envolver tanto nesse joguinho aliciador e por vezes cruel que a gente faz um com o outro já faz meses.
Onde as palavras são cuidadosamente ditas e escritas num subtexto muito bem elaborado; onde a gente finge que não quer saber detalhes daquele setor da vida sobre o qual a gente nunca comenta; onde rastros de notícias são propositalmente deixados pra quem certamente fará com que eles cheguem ao destino desejado.

Se alguém soubesse o quão estúpida eu me sinto por não conseguir ter um mínimo de controle sobre tudo isso.
Se soubessem o quanto me custou chegar à conclusão de que em se tratando dele, nunca é apenas, nunca é somente, nunca é simplesmente qualquer coisa.
E eu fico me achando deveras mimada e egoísta por ousar reclamar de algo que me faz viver tanta coisa tão sublime.

Mas é que chega num ponto onde fica difícil continuar deixando tudo tão etéreo e a esclarecer.
Quando machuca repetidas vezes no mesmo lugar, a gente começa a cogitar a possibilidade de continuar vivendo o especial apenas na forma de lembranças, que permanecem tão vívidas e fisiologicamente ativas que não se apagam com o passar dos dias, com o distanciar dos encontros, muito menos com um adeus.

"Eu só aceito a condição de ter você só pra mim.
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir.
(...)
Lembra que o plano era ficarmos bem?"