segunda-feira, novembro 20, 2006

Dos amantes ...

O primeiro não foi um porquinho-da-índia, e sim uma boneca.
Na adolescência, surgiram os musicais e os literários. Apaixonei-me por Machado, Clarice Lispector, Veríssimo, Álvares de Azevedo, Cecília Meireles; casei-me com Fernando Pessoa ... entre tantos outros.
Perdi-me de amores por Alanis, Anthony Kiedis, Humberto Gessinger, Renato Russo, Camelo, Amarante, Chico, Oswaldo, Moska; estou tendo um caso arrebatador com o Zeca Baleiro há meses ... a lista é interminável.

E continua até hoje. Porque entre amores e eu, sempre foi assim intenso, demais, sempre é muito, é mergulhar de cabeça, ou oito ou oitenta, ou tudo ou nada. É ficar tentando inutilmente negar até o último momento, para então finalmente dar-se por vencida, deixar-se tocar, amar loucamente, durante o máximo de tempo que puder; senão é qualquer coisa, menos amor.

Há também a medicina, o escrever, os filmes, as minhas séries de TV, o mar, a noite, os doces, a Lua ... Ah, a Lua, tenho um caso de amor eterno com ela!
Houve o Peter, minha paixão canina, que em questão de dias, despertou em mim toda uma avalanche de sentimentos absurdos de tão gigantescos. Até mesmo um começo de instinto maternal (que eu sempre clamei que não possuía) teve sua semente começando a germinar por essa época.

É claro que eu não podia deixar de mencionar as pessoas; que me fascinam e me surpreendem todos os dias.
Há aquelas que você encontra diariamente e com as quais divide grande parte das experiências.
Há aquelas com quem você fala com menos freqüência, mas que estão igualmente presentes para o que quer que seja: confidências, viagens, bebedeiras, bobagens, reflexões.
Há os que, ainda que vocês não possuíssem laços de sangue e sobrenome, não sairiam do seu peito em hipótese alguma.
Tem os que você só encontra nas férias, fazendo o recesso ter um significado ainda mais especial devido a eles.

Alguns com quem você só fala por telefone e msn, e mesmo assim, não abre mão deles no seu convívio.
Aqueles com os quais o contato é raríssimo, bem de vez em nunca, e você não entende como é que, apesar disso tudo, o carinho e a empatia entre vocês são tamanhos, e o quanto você fica sempre lembrando e torcendo pela felicidade deles à distância.
Existem os do passado, cujas lembranças sempre despertam um sorriso enorme no rosto e no coração; e dá uma saudadezinha prazerosamente doída de querer voltar no tempo e reviver tais momentos por alguns instantes.

Por último e não menos importante, existe a famosa lista dos VIP’s. Das pessoas que nos enxergam de tal forma, que conectam conosco de uma maneira tão transcendental, que nos fazem ser um alguém melhor ... com as quais passamos aqueles momentos em que o impossível pára, os quais a gente fica vivendo e revivendo, e repetindo, e re-sentindo na forma de lembranças e flashbacks que causam taquicardia, arrebol e suspiros toda vez que resolvem aparecer.

São essas as coisas realmente importantes. É o que te move, o que faz a vida ter graça, aquele motivo a mais pra acordar. É o que vai fazer você realmente viver, achar que valeu a pena, e não ficar com a sensação de ter simplesmente passado a esmo pelo caminho.

"Amantes"? Sim! Por favor! Muitos! Em se tratando disso, quero ser a mais promíscua das mulheres. Mais que Dona Flor, que Tieta, que Hilda Furacão, que Bruna Surfistinha.

Àqueles que preferem continuar se guardando, com o voto de “castidade”, negando-se a namorar a vida: minhas condolências ... e muita fluoxetina.

"Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho."