terça-feira, outubro 28, 2008

Hakuna Matata ...

Tem o que lá de longe continua perto e me faz sorrir junto mesmo com sorrisos borrados por megapixels insuficientes e conexões tão intermitentes quanto o nosso nós. Tem o tão perto que é dentro que desperta loucuras, divide desejos, e ajuda a despir não só a mim mesma como a minha vida de toda a responsabilidade e o peso e a complicação tantas vezes desnecessários que eu teimo em colocar sempre.
Tem os dos choppes com conversas noite afora; o que lê cada post e presenteia com chocolate; o que sem saber já me enche de esperanças e de vontades só pelo fato de estar por perto umas horinhas por semana.

Meus meninos outside medicine world me salvam todos os dias. E não devem fazer a menor idéia do quanto. Como bem disse talvez a única que me entenda nesse aspecto:
“Eu não sei andar com meninas, eu não sei freqüentar meninas. As que me rodeiam tem todo o meu amor, mas é apenas com eles que o mundo parece seguro. Feminismo indo pelo ralo, e eu não ligo.”

Eles me salvam nos tempos em que a paciência e a boa vontade com tudo o que é rotineiro anda mínima. Em época de aulas ruins, discussões infindáveis sobre panelas, trajetos lotados e estressantes, campanhas eleitorais tão revoltantes quanto os resultados das eleições. Salvam das amizades esquizofrênicas que mudam de personalidade e discurso de acordo com o interlocutor, da angústia cíclica por causa do M.E., de quando nem mesmo os queridos de todo dia andam conseguindo arrancar risadas e conversas minimamente empolgantes.

Porque tem horas em que é preciso ficar um tempinho longe pra evitar o desgaste excessivo, pra ficar com saudades, e voltar a valorizar. Porque quanto menos tempo falta, mais dá vontade de aproveitar loucamente o que talvez sejam os últimos momentos de viagens, faltas e total irresponsabilidade profissional que me restam. Porque eu de tempos em tempos me canso das pessoas e das rotinas. Canso de mim mesma também.

Eis que então vou me lá. Pro meu cantinho na ZN, Recife, Rio e quem sabe, Paris. Pra distrair, divagar e reencontrar. Pros meus knights in shining armours que sempre trazem o farol alto e o sol nos tempos cinzas de neblina.

E não é nada de mais, é apenas necessário. Faz parte do ciclo a migração. Sabemos todos que eu sempre volto. Com o carinho multiplicado por estes, renovado por aqueles, e com aquela vontade danada de mandar flores ao delegado, de bater na porta do vizinho e desejar bom-dia, de beijar o português da padaria.

Circle of life, Simba babes. E é tão bom saber que você tem com quem debandar, que fica até difícil não tentar pela milésima vez acreditar no mantra da problem-free philosophy.