segunda-feira, dezembro 03, 2007

Conversa de botas batidas ...

Batidas na porta da frente, é o tempo. Eu bebo um pouquinho pra ter argumento.
Mas fico sem jeito, calada. Ele ri. Ele zomba do quanto eu chorei.
Porque sabe passar, e eu não sei.

Num dia azul de primavera, sinto o vento. Há folhas no meu coração, é o tempo.
Recordo um amor que perdi, ele ri. Diz que somos iguais, se eu notei.
Pois não sabe ficar, e eu também não sei.

E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos, que amores terminam no escuro... sozinhos.
Respondo que ele aprisiona, eu liberto. Que ele adormece as paixões, eu desperto.

E o tempo se rói com inveja de mim, me vigia, querendo aprender como eu morro de amor pra tentar reviver.
No fundo é uma eterna criança, que não soube amadurecer. Eu posso, ele não vai poder me esquecer.

(Resposta ao tempo ou Pra manter a sanidade mental em meio aos acontecimentos de fim de semestre.)