quinta-feira, dezembro 27, 2007

Adeus você ...

Mas já? Assim de repente? Foi tudo tão rápido. Fica mais um poquinho...
Eu sei que fui eu quem disse dia desses que foi bacana sim, mas que sentia que já foi tudo o que tinha que ser. E que achava que agora era a hora de dar espaço pro novo acontecer.

Mas você bem sabe como é. Eu tenho toda aquela minha dificuldade em lidar com fins, despedidas, mudanças. Ainda mais em se tratando de algo tão cheio de momentos marcantes e especiais.
Que hoje sou uma Mariana diferente, arrisco dizer até um tanto melhor. E devo muito disso a esses nossos momentos.

Eu estava dando uma olhada nas fotos e escritos da gente. Foram tantas as viagens, tantos lugares e pessoas diferentes encontrados nessas viagens. Algumas cujo contato foi apenas momentâneo, com outras tornou-se constante, mas todas sem dúvida deveras marcantes, não acha?

E os sotaques? Eu que sou apaixonada por eles, caí de amores e de risadas com tantos passeios e aventuras com guris e gurias sinixtros e arretados. E que hoje em dia já mais do que ganharam meu carinho e um espaço no coração.
Teve também o estreitar de laços com quem já estava presente todo dia, e você me mostrou todo um novo patamar de evoluir essas relações.

Lembra de como foi a minha fase do rever conceitos sobre política e sociedade? O que apontava como um indicativo em 2006, resolveu dar as caras efetivamente, e eu realmente vivi muito do que somente ouvia falar como era.
Ficou claro pra mim também a parte do entender os limites de consenso e do saber impor prioridades e valores próprios, mesmo que isso venha causar a discórdia e o desentendimento que eu tanto abomino.

Não vou negar que sofri um bocado com incertezas, distâncias e fantasmas. Mas creio que termino colocando um ponto final definitivo na grande maioria deles, não concorda?
Houve mais um pouco de penar no delimitar e esclarecer planos de vida, sonhos, e vontades de emancipação; o que anda culminando em toda uma dinâmica diferente de relação familiar, você mesmo disse que notou isso de uns tempos pra cá.

Com a faculdade assim bem an passant, sobrou tempo mais que suficiente pra descobertas e vivências diferentes. E eu dei chance pros hermanitos de España, pra dança, e pra outros estilos de música. Descobri Kundera, Clarice, Moska, Anitelli, e não largo mais.
Me despedi dos Hermanos e das Gilmores, e ainda dói de vez em quando. Me despedi também do meu antigo manequim, e agora ando - pasmém! - cogitando incluir exercícios aeróbicos em algum espacinho da rotina. Vai dizer se não é algo significativo em se tratando da minha pessoa?

Poxa, foram tantos ciclos encerrados, e eu consegui fechá-los com muito mais facilidade que antigamente. Tá vendo o quanto você me ensinou?
Eu até quebrei inúmeros receios e preconceitos, e entrei naquele tipo de relacionamento que sempre jurei que nunca ia fazer, lembra? Foi uma das melhores decisões que já tomei na vida. Juro. E muito da coragem foi por causa do baque que levei de ti logo em janeiro.

Graças a tal episódio, vivi verdadeiros momentos lua-de-mel. Tô conseguindo até relativizar rótulos e controlar tão melhor os tais do ciúmes, possessividade, insegurança... Logo eu que tenho verdadeira mania doentia por querer ter o controle sobre os acontecimentos todos.
E aquele medo absurdo de me machucar? Eu ando dando a cara pra bater! Tirando a armadura, enfrentando e sentindo as coisas todas.

E é por tudo isso que eu não saberia como me despedir de ti. Nessas horas, mesmo sendo sempre tão prolixa, me faltam palavras. Reitero apenas então o quanto fostes especial. Muito. Talvez o mais destes últimos tempos. E as recordações e mudanças que deixastes serão guardadas e lembradas com um carinho imenso. Vais deixar saudades.
Te cuida, tá? Um beijo, 2007.

"É tudo novo de novo.
Vamos nos jogar onde já caímos.
Tudo novo de novo.
Vamos mergulhar do alto onde subimos ..."