domingo, abril 15, 2007

Poligamia ...

E eu tenho trocentas coisas para fazer, centenas para contar, algumas dezenas sobre as quais divagar e conjecturar ... mas depois de alguns choppes com pessoas queridas, e de alguns minutos de conversas transcendentes via Embratel, eu só consigo ter pensamentos bons e leves, daqueles que nos preenchem e alentam.

E eu ainda me impressiono cada dia mais com essa coisa toda que é gostar de alguém, ou de alguéns, das mais diferentes formas.
E eu me fascino constantemente com os encontros inesperados de pessoas pela vida, e de como elas nos transformam e nos acrescentam, cada um a sua maneira, e em momentos tão específicos.

Como é que pode o simples fato de saber que certos individuozinhos existem, e que você os conhece, fazer-lhe um bem tão grande?
Como é que pode ocorrerem tantas trocas, tantos aprendizados, tanto tudo, mesmo sem o dia-a-dia, mesmo sem o olho-no-olho, às vezes mesmo sem contato de qualquer forma?

É aquela coisa gostosa de querer ser um alguém melhor, do experimentar coisas novas que você nem sequer imaginava que fosse capaz ... do lembrar com um sorriso nos momentos mais aleatórios possíveis.
É ter canções secretas, passagens de livros que remetem a momentos únicos, e piadas internas, e conversas sem o menor sentido para todo o resto do mundo.
É o fazer curso avançado de interpretar todas as letras e pontinhos e vírgulas e exclamações escritas, e todos os possíveis tons de voz de um mesmo timbre.
É o dividir o dia-a-dia mesmo que telepaticamente. É o ter aquela taquicardia bacana toda vez que receber notícias ou sinais de vida.
É o ter saudades não só do que foi, como do que pode vir a ser ... é o não se incomodar com o quando pode vir a ser.

E em todos aqueles momentos em que parece que está tudo errado; em todas aquelas horas em que você tem vontade de jogar tudo pro alto e fugir; em todas aquelas ocasiões em que a dúvida, a angústia e a tristeza tomam conta ... eu paro por um minuto, respiro fundo, e lembro que vocês existem, e que estão por aí em algum canto litorâneo desse Brasil, e então nada parece tão ruim assim, nem tão irresolvível.

E isso aqui, assim rascunho, assim sem maiores elaborações, é pra espontaneamente agradecer aos dois ...
Ao você que lê isso aqui sempre, que sabe muito bem que é você, que já é assim entre a gente faz é tempo e que parece que não vai mudar nunca. E que divide comigo sempre, transcende comigo sempre, que me ensinou a ser leve, e continua acordando e dormindo comigo seja a milhares de quilômetros de distância ou a apenas alguns centímetros.
E também ao outro você, que nem sabe que isso aqui existe, que nem sabe que você é você, que já saiu do meu dia-a-dia físico faz um tempo, mas que está presente de forma constante nos meus dias e em mim. E que ensinou tanto em tão pouco tempo, que eu ainda continuo processando um bocado da experiência toda em doses homeopáticas.

A vocês dois, então ... que me mostraram o gostar que só faz bem, que só eleva, que só edifica.
E que está acima dos ciúmes, da tristeza, da posse, do imediatismo, de relacionamentos-prisão-doentios-monogâmicos-por-conveniência e tudo o que eles envolvem.

Porque eu sei lá o que vai acontecer ou não acontecer. Eu sei lá o quanto isso muda, se isso muda, se pra pior, se pra melhor, etc e tal.
A única certeza que eu tenho é que, agora, eu quero vocês na minha vida, da forma que for, do jeito que der, pelo tempo que durar.
Porque entre vocês e eu, é paixão, é muito muito, é aquele pouquinho de loucura necessário pra fazer tudo parar, e de repente, parecer que tudo faz sentido.

"Vamos ficar,
vamos fazer
vocês e eu, eus e você.
Vamos gozar,
vamos viver
vocês e eu, eus e você ... "