domingo, março 11, 2007

Where trouble melts like lemon drops ...

"É, morena, tá tudo bem
Sereno é quem tem
A paz de estar em par com Deus
Pode rir agora, que o fio da maldade se enrola"


E foi uma avalanche tão imensa de tanto's ... tantas idéias, tantos acontecimentos, tantas preocupações, tantas vontades, tantos sonhos, tantas faltas (dermatológicas ou não), tantos encontros (ora esperados, ora aleatórios). E tudo tão concentrado, em tão pouco tempo.
A sensação é a de que eu estava no olho de um furacão, sendo levada adiante e a montante, e sendo bombardeada por fatos novos ininterruptamente; até que a calmaria resolveu dar o ar de sua graça, e eu acordei em março.

Porque parece que há momentos em que a gente é que molda a vida, ou quem sabe não é ela que resolve pegar emprestado um pouquinho da gente só para ver como é que seria ser assim. E dessa vez, a danada resolveu que ia brincar de ser intensa, oito ou oitenta, tudo de uma vez só.
E eu brinquei que ia ser leve, daquelas que não questionam e racionalizam tudo e seus porquês, daquelas que não perdem o rebolado, que deixam-se jogar do alto mesmo sob o risco de bater com a cabeça no fundo, e matam no peito até cobrança de falta de Roberto Carlos.

E entre Ipanemas e baso-celulares, consultas médicas e crises familiares, telefonemas e tête-à-tête's; eis que estou sã, salva, inteira, viva, e com bagagens extras sim, mas só as do tipo que engrandecem e têm brilho perláceo.

O saldo?

Algumas lágrimas, momentos de angústia, a espera de sete dias mais longa e torturante de todo o universo - que acabou culminando num renascer e num alívio indescritível.

Um certo número de ausências (presenciais e cardiológicas), que andam começando a ser aceitas com mais leveza.

Uma série de preconceitos quebrados, sinixtros e manêros.

Vistas daquelas que fazem você piscar muitas e muitas e muitas vezes, para ter certeza de que aquilo tudo é de verdade, e não pintura.

Risadas mil, centenas de besteiras memoráveis, dezenas de vadiagens, milhões de histórias, e muitos ítens para ticar no currículo.

Uma série de recomeços, reconciliações, reavaliações de dinâmicas de convivência, construções de novas histórias com velhos afetos, e planejamentos estratégico-situacionais pessoais.

Não obstante: a sensação de descoberta contínua; de auto-descoberta progressiva; de querer ser surpreendida com o furacão seguinte, porque na hora em que ele pára e a gente consegue ver além dos destroços, enxerga-se o arco-íris, que, com ou sem pote de ouro, justifica tudo e mais um pouco.

"Vejo a ponte que me leva ao que desejo ..."