segunda-feira, janeiro 22, 2007

Uma parte que não tinha ...

Bombou, galhera, bombou.
E eu poderia ficar aqui discorrendo sobre detalhes e mais detalhes, e sobre todo o simbolismo que cada um dos últimos acontecimentos teve para mim de uma maneira mais do que surreal ... e mesmo assim talvez tudo ainda tendesse ao abstrato, porque certas coisas não se explica, a gente simplesmente as sente.

[2 minutos de fala]
"Há um vilarejo ali, onde areja um vento bom.
Na varanda, quem descansa vê o horizonte deitar no chão.
Pra acalmar o coração, lá o mundo tem razão.
Terra de heróis, lares de mãe.
Paraíso se mudou para lá."


Recife foi é surpreendente ... surpreendentemente renovador, surpreendentemente leve, surpreendentemente lavando a alma.
E eu me diverti, e refleti, e descansei. Passei tempo com a família, passei tempo sozinha, passei tempo com "recém"-conhecidos.
E ali eu perdi a noção, perdi-me na curtição, achei-me na multidão e na confusão de sentimentos e pensamentos que há tanto estavam sufocados e precisavam de algum tipo de brecha para se manifestarem.

E renovei os laços do meu caso vitalício de amor com o mar, e amadureci ainda mais meus planos de morar em alguma cidade litorânea.
Ouvir Los Hermanos nas primeiras horas do ano, olhando pras pontes e luzes da Veneza brasileira, só veio reiterar e escancarar tudo o que estava pulsando, reciclando, e nascendo em mim, em cada uma das pessoinhas queridas ao meu redor, e em cada uma daquelas que estavam comigo "apenas" em pensamento.
É, acho que cada vez mais, a tal capital do frevo confirma seu posto de minha Pasárgada, de minha Babylon, de meu vilarejo pessoal.

[1 minuto]
COBREM SP ... o que falar do COBREM SP?!
Dizer que foi onde eu conheci um pouco mais a DENEM, onde eu conheci pessoas raras, e onde eu me conheci em aspectos que nem sabia que possuía ... falar tudo isso é falar muito pouco.

Mas falar muito também é inexeqüível; pois o grande, o transformador, o inefável disso tudo ainda está por vir, ainda está crescendo. E tentar descrevê-lo e antecipá-lo agora é ceifante, não faz o menor sentido.
Fico então apenas com o registro do divisor de águas, das inúmeras portas se abrindo que foi esse processo todo.
O que eu vou fazer com isso, e a forma na qual eu vou me inserir nisso tudo ... bem, ainda estou a descobrir e a processar, somente o amanhã dirá.

O mosquitinho da vontade, de esperançar, de querer construir e lutar por algo maior e melhor; esse mosquito já me picou.
E eu estou com a sensação de que a tal febre não é assim passageira ... que talvez seja daquelas que se alojam, e moram, e demoram, e incomodam até que a gente faça alguma coisa a respeito.

[Conclua, Mariana]
Alguém me disse certa vez uma frase que, pelo momento, pelo contexto e por todo o resto, me marcou deveras. E eu estou, a cada dia que passa, encontrando mais e mais verdade naquelas palavras.
"As melhores coisas sempre acontecem de sopetão."

Sim, as melhores coisas da vida realmente acontecem assim de sopetão.
A nós, cabe apenas não deixar que elas passem sem que a gente perceba e viva a beleza e a riqueza das mesmas.
E é por essa percepção que eu não me canso de batalhar, nunca.